CRESS-BA participa de live promovida pelo TJBA em homenagem ao Dia da/Assistente Social

O Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA), por meio da Secretária de Gestão de Pessoas (SEGESP) promoveu, na última quarta-feira (31), live comemorativa em homenagem ao Dia da/o Assistente Social – 15 de maio. O encontro virtual foi conduzido pela Assistente Social do TJBA Denise Ferreira, e teve como tema abordado: Como ser um (a) Assistente Social antirracista e o pacto pela equidade racial no judiciário.

A mesa de abertura foi composta pela Professora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) Marli de Araújo Santos, a Assistente Social e Conselheira do CRESS-BA, Deyse Cruz e a Assistente Social da Ouvidoria do SUS/SESAB e doutoranda Caroline Ramos do Carmo de Souza.

A ouvidora do SUS/SESAB destacou a necessidade do debate da questão racial no âmbito da categoria. “Esse tema para mim é extremamente instigante, mas mais do que instigante, entendo como algo que é intrínseco, é endógeno, é um componente indissociável do ser Assistente Social na Bahia. A gente não tem como pensar em ser Assistente Social e não ser comprometida com a cidadania sem ser antirracista, é impossível. Não dá para pensar de outra forma”.

Caroline também salientou que o Código de Ética profissional da/o Assistente Social aponta em seus princípios fundamentais a eliminação de todas as formas de preconceitos, bem como que o exercício profissional seja praticado sem ser discriminada/o, nem discriminar.

Em sua fala final no seminário, a ouvidora e também professora, ponderou que questões como planejamento de lutas e estratégias; incorporação, fortalecimento, atualização dos esforços teóricos, bem como discussões relacionadas; a localização de referências negras e; olhar cuidadoso para o passado são necessidades para a luta antirracista e a própria constituição do Código de Ética da Assistente Social.

Na sequência, a representante do Conselho Regional de Serviço Social da Bahia (CRESS-BA) falou em nome da nova gestão do CRESS. Deyse Cruz registrou o desafio da discussão sobre o tema nos espaços de atuação.

Deyse recomendou que a discussão sobre a luta antirracista deve ser cotidiana e intencional em todos os espaços a serem e já ocupados pelas assistentes sociais, sobretudo, aos 30 anos do nosso Código de Ética.

Pontuou que concomitantemente que é preciso celebrar e rememorar que desde a década de 90 as questões étnico-raciais vêm sendo pensadas com base em sua centralidade em termos de Brasil e a defesa do serviço social.

Na avaliação da Conselheira, é necessário que a categoria profissional, na sua diversidade – conjunto de discentes, docentes, pesquisadores/as, assistentes sociais –, se aproprie permanentemente dessa discussão. Além disso, chamou à atenção o fato de que não cabem apenas às assistentes sociais a discussão, mas ao conjunto da sociedade, uma vez que a formação social do país forja sua constituição no colonialismo.

Ao relacionar a questão racial com o Serviço Social, a professora Marli de Araújo, destacou a importância de compreender os vínculos. “A questão racial não é um problema do Serviço Social. Acho que a gente precisa deixar isso muito bem estabelecido para que a gente não carregue nos ombros uma questão que está dentro das estruturas da academia brasileira, das universidades que são brancas, eurocentradas, heteronormativas e judaico-cristã e é nessa universidade que nós vamos ingressar a partir da década de 60”, explicou.

Marli destacou também o aumento no interesse por temas raciais, principalmente nos trabalhos de conclusão de mestrado e doutorado. Algo a se festejar com o acesso do povo preto nas universidades.

O encontro foi mediado pela assistente social, Denise Ferreira, trabalhadora do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA), por meio da Secretária de Gestão de Pessoas (SEGESP).

O conteúdo da live pode ser consultado através do Canal do Poder Judiciário do Estado da Bahia, no YouTube.

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