25 DE JULHO: DIA INTERNACIONAL DA MULHER NEGRA LATINO AMERICANA E CARIBENHA

Hoje dia 25 de julho se comemora internacionalmente o dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha. Fazer referência a essa data significa reconhecer a predominância de gênero e raça da categoria de assistentes sociais da Bahia.

 

Essa condição de mulher negra marca as nossas lutas e, em especial, impele-nos a reconhecer que também parte significativa do público com o qual trabalhamos émulher negra e, portanto, com vidas marcadas na luta pela sobrevivência e pela existência subjetiva de ser mulher e negra.

Para fazer coro e visibilizar à luta feminista negra, o CRESS-BA entrevistou Adriana Vieira, mulher, negra e Assistente Social de formação, com atuação na área de Assistência Social. Na entrevista, Adriana Vieira nos ajuda a compreender um pouco mais sobre o tema e sua importância:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(Adriana Vieira, no centro da fotografia)

CRESS-BA: Qual a situação enfrentada hoje pela mulher negra na Bahia?

 

Adriana Vieira: A mulher negra da Bahia, assim como a das regiões, norte e nordeste, tidas como áreas menos desenvolvidas, enfrentam muitas situações. No caso do nosso Estado as mulheres negras são 76% entre a população feminina(dados de 2009, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada-IPEA) e a nível Brasil formamos 50%. Com relação aos enfrentamentos, vai desde, a desigualdade de renda, pois os negros recebem, aproximadamente, 30% menos que os brancos e nós mulheres negras recebemos ainda menos, não só do que, o homem branco, como da mulher branca e do próprio homem negro, o que acirra também a discriminação por gênero, assim como apresentamos o menor nível de escolaridade, como  a desigualdade nos equipamentos e serviços públicos, constituindo o racismo institucional, sem falar da atenção básica a programas de saúde direcionados, na construção de produção cultural e principalmente, na consolidação de uma educação inclusiva e não discriminatória.

 

CRESS-BA: Qual a importância do Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha para o processo de luta e organização das mulheres negras?

 

Adriana Vieira: O Dia 25 de Julho de 1992, foi marcado pelo I Encontro de Mulheres Afro-latino-americano e Afro-caribenhas, em Santo Domingo, na República Dominicana, definindo-se que este seria o dia do marco internacional  da luta e resistência da mulher negra. Portanto, a importância deste fato foi a proposta de mudanças desta cultura opressora e perversa de gênero, raça e de classe. 

 

CRESS-BA: Quais os principais avanços que já podem ser apreendidos através da luta em defesa da democratização das relações étnicas, sociais e de gênero do Brasil?

 

Adriana Vieira: Tivemos alguns avanços, por conta da mobilização dos movimentos sociais ( negro, mulher, classe, etc). Os quais foram:  reserva de vagas para ingresso no serviço público via concursos; A Lei Maria da Penha; política de acesso da população negra à universidades(política de ações afirmativas); Política Nacional de Assistência Social, O Estatuto da Igualdade Racial da Bahia, reconhecimento das comunidades tradicionais/quilombolas; dentre outras.

 

CRESS-BA: Qual tem sido o papel da organização política, para você, ela ainda é uma ferramenta importante para a luta das mulheres e da classe trabalhadora?

Adriana Vieira: Sim. O papel da organização política é de assegurar os direitos adquiridos na sociedade, no que diz respeito a execução das políticas públicas, como ferramentas de inclusão socioeconômica, histórica, cultural.

 

CRESS-BA: Porque o Serviço Social deve se manter aliado à luta pela emancipação da mulher negra?

 

Adriana Vieira: Porque o Serviço Social como profissão de intervenção, com caráter sócio-político e crítico, utiliza-se de subsídios de preservação, defesa e ampliação dos direitos e justiça social. Debruçando-se na luta das minorias, dos menos favorecidos e estigmatizados. Abraçando assim, a causa da luta emancipatória da mulher negra.

 

Saiba mais sobre o tema lendo o texto:

 

" Porque reverenciamos o 25 de Julho, dia da Mulher Afro-latino-americana e Caribenha? "

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