Cinco anos do crime da Vale em Brumadinho

Há cinco anos, aconteceu o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, de propriedade da Vale, em Brumadinho, Minas Gerais – uma tragédia anunciada, um crime socioambiental. Em 25 de janeiro de 2019, um mar de lama de rejeitos da mineração matou 272 pessoas e três ainda estão desaparecidas, matou o Rio Paraopeba, animais e plantações, afundou casas e destruiu parte da cidade. Desde então, comunidades lutam por reparação e justiça pelos danos e traumas causados.

Segundo o portal Repórter Brasil, de cada quatro decisões da Justiça, três foram desfavoráveis aos atingidos e atingidas, incluindo comunidades tradicionais e indígenas que viviam em torno do rio, hoje sem poder pescar, com as águas impróprias para qualquer uso (irrigação, abastecimento humano, lazer) e com solo contaminado por metais pesados, segundo laudos das prefeituras de Brumadinho, Mário Campos, São Joaquim de Bicas e Juatuba.

O Paraopeba era responsável pelo abastecimento de oito municípios e a população atingida chega a aproximadamente 200 mil pessoas. Situação semelhante é a do Rio Doce, em função do rompimento da barragem de Fundão, de propriedade da mineradora Samarco, em Mariana, MG, no ano de 2015, o que demonstra a falência ambiental e humanitária do modelo mineral adotado no país.

Os minérios extraídos são, em sua maioria, exportados como matéria-prima, em benefício apenas da acumulação do capital de multinacionais, que avançam, de modo monopolista, sobre as terras e territórios, deixando a devastação ambiental e a injustiça social para as populações.

Nessa data, é preciso lembrar o que movimentos sociais vêm denunciado sobre os impactos destrutivos à biodiversidade da exploração mineral no país e da necessidade de rediscutir o modelo de desenvolvimento nacional.

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