21 de março - Dia Internacional de luta pela eliminação da discriminação racial

O Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial foi criado pela ONU em 1966, em referência ao Massacre de Sharpeville, ocorrido na data de 21 de março em 1960, em Joanesburgo, na África do Sul. Na ocasião, cerca de 20 mil pessoas protestavam contra o regime de apartheid, quando a polícia atacou brutalmente, deixando 69 mortos e 186 feridos.  

Ainda hoje, vivenciamos cenas de horror e brutalidade contra as populações negras e originárias em todas as partes do mundo, e no Brasil particularmente - são recorrentes as chacinas em comunidades periféricas, o superencarceramento da população negra, assim como é comum a impunidade quando o poder do capital faz tombar lideranças ou expulsa comunidades inteiras de seu lugar. O Estado é perpetrador da guerra racial, grande responsável pela violência, letalidade e tentativa de apagamento, seja a partir das forças militares ou na negação de direitos como saúde, moradia digna, terra e território, alimentação. 

Mas, é preciso dizer: o racismo e as formas de discriminação racial são mecanismos de poder e se manifestam nas diversas relações sociais e vínculos, inclusive dentro das instituições que ofertam os serviços públicos. Portanto, é também responsabilidade dos indivíduos em sociedade atuarem conscientemente para a sua eliminação, rompendo os pactos em favor da supremacia branca, promovendo e participando da ampliação do debate público em torno dessa questão e lutando para compor espaços de trabalho, políticos, de participação e decisão cada vez mais diversos e numericamente representativos das cores, etnias e realidades que compõe a população brasileira. 

Em tempo, precisamos lembrar de Cláudia Silva Ferreira, morta e arrastada pela polícia militar no Rio de Janeiro, em 16 de março de 2014. E de João Alberto Freitas, de Mãe Bernadete, do Cacique Lucas Kariri-Sapuyá...nos solidarizamos com familiares das vítimas do genocídio e das necropolíticas movidas pela persistência do legado colonial.

E, nas palavras da assistente social Claudia Isabele Pinho: "Estendemos nossas saudações às assistentes sociais que deram ao Serviço Social brasileiro memória de luta ao se colocaram ombro a ombro na busca aguerrida por dignidade e cidadania para populações negras, indígenas, ciganas e de demais grupos étnicos-raciais nas comunidades, ruas, movimentos sociais, fóruns, espaços sócio-ocupacionais, na gestão, em conselhos, unidades de ensino, saraus e slams; e renovamos o chamado à categoria pelo imperativo de exercer a profissão sem ser discriminada/o, nem discriminar. Honramos a memória dos movimentos sociais que deram régua e compasso para o adensamento da crítica e da denúncia que mantém vivos e pulsantes os sonhos por equidade e liberdade!".

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