CRESS-BA realizou minicurso sobre Serviço Social e o compromisso com a equidade de gênero

No dia 29 de março, o Conselho Regional de Serviço Social da Bahia (CRESS-BA) promoveu o minicurso “Serviço Social e o compromisso com a equidade de gênero: a dimensão ético-política do exercício profissional no atendimento à população LGBTQIAPN+ e o uso da linguagem inclusiva de gênero”, uma formação conduzida pela assistente social e ativista Gilmara Silva de Oliveira, mulher cisgênero, negra, mestra em Serviço Social, consultora educacional em diversidade de gêneros e sexualidade, com ênfase no enfrentamento à transfobia institucional no contexto da formação profissional e pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Violência, Raça/Etnia Maria Quitéria (NUPEQ/UFBA).
O evento contou com a participação de estudantes e profissionais do Serviço Social, que acompanharam a atividade de forma presencial, na sede do Conselho, e por transmissão online.
Reflexões sobre a equidade de gênero na prática profissional
Durante o minicurso, foram discutidas questões centrais sobre o atendimento à população LGBTQIAPN+, com ênfase na importância da linguagem inclusiva de gênero.
Gilmara iniciou sua fala demarcando a memória da atuação de movimentos de mulheres trans e das travestis pioneiras neste debate, destacando como a pauta ganhou força a partir das lutas dos movimentos sociais.
Além disso, foram apresentados os impactos dessas incidências no cotidiano profissional e o papel de estudantes e assistentes sociais na promoção de práticas ético-políticas, comprometidas com a equidade de gênero.
Aquilombamento e ética coletiva
A palestrante também destacou a importância do trabalho coletivo como caminho para a transformação social, trazendo o conceito de aquilombamento, com base na obra da historiadora Beatriz Nascimento, e da pedagogia da desobediência, abordada pela Doutoranda em Educação, Thiffany Odara.
Segundo ela, incorporar essa perspectiva no cotidiano do Serviço Social é fundamental para fortalecer uma atuação antirracista, antitransfóbica e interseccional.
Linguagem inclusiva: mais que uma adequação.
Ao tratar da linguagem inclusiva de gênero, Gilmara pontuou que o compromisso vai além das palavras: “essa adequação à linguagem é importante, mas não é tudo. Devemos ter uma prática cotidiana, pensando na ética individual e coletiva, dentro e fora do espaço sócio-ocupacional”.
Ela também recomendou que profissionais do Serviço Social consultem materiais de referência produzidas por intelectuais LGBTQIAPN+, negras, negros e negres, de dentro e fora do circuito acadêmico, como cartilhas e manuais da ANTRA, para orientar com responsabilidade o atendimento a pessoas trans, travestis e não-binárias, respeitando suas identidades e especificidades.
A estudante de Serviço Social, Camile da Silva Nascimento, é integrante de movimentos da população trans e participou do minicurso, reafirmando que é preciso levar mais profissionais do Serviço Social para dialogar não só com a comunidade acadêmica, mas também com a população que não acessa esses espaços. “Vamos sair fortalecidas e com uma base muito importante que, inclusive, temos que utilizar em diversos momentos em nossas vidas”, finalizou.
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