8 de março: Dia Internacional de LUTA das mulheres

Por ordem do machismo e da estrutura patriarcal, às mulheres tem sido reservados processos históricos de subjugação e violência. Ainda hoje não é possível falar em liberdade, sendo à violência física e psicológica uma prática socialmente permitida e incentivada pelo mercado de trabalho, pela estrutura da família, pelos meios de comunicação, políticas de educação ou pelas instituições públicas do estado.
Os dados são alarmantes, atualmente no Brasil, 15 mulheres morrem por dia em decorrência da violência de gênero, os homens recebem salários 30% maiores que as mulheres, e o aborto clandestino é a quinta causa de morte materna, atingindo mais duramente as mulheres pobres e negras. No último ano, os retrocessos vindos do avanço do neoconservadorismo no Estado brasileiro recaiu também sobre os corpos das mulheres, como com o Projeto de Lei 5069 que recrudesce o atendimento de mulheres vítimas de violência sexual. Em salvador, também em 2015, a câmara municipal sancionou uma lei que institui um dia de conscientização antiaborto, nesses marcos haverão mais focos de criminalização às mulheres que vivenciam situações de abortamento e violência do estado.
Contra o conservadorismo e pela garantia de direitos, a luta das mulheres
Ao passo que a conjuntura não dá sinais da superação do machismo na sociedade brasileira, as mulheres e suas lutas ao longo da histórias mostram que os avanços se dão a partir do da percepção crítica e da articulação entre mulheres.
As mulheres estiveram na linha de frente das várias mobilizações do último período e tem sido responsáveis pelos processos de avanço de consciência em relação ao machismo e tem pautado o feminismo como estratégia fundamental para construir uma sociedade que garanta a igualdade entre os gêneros.
O CRESS-BA é uma entidade construída majoritariamente por mulheres, tendo em vista que a categoria é eminentemente feminina. Entende-se que pautar as melhorias nas condições de trabalho, e a qualidade de formação e defesa do projeto ético-político é caminhar em consonância com as pautas das mulheres em luta. O Conselho em 2015, rearticulou a comissão de gênero e vem conseguindo, pautar o debate com formações, reuniões e rodas de conversa, compreendendo que a discussão de gênero deve conquistar cada vez mais espaços, principalmente, no campo do exercício profissional, em que assistentes sociais precisam incentivar a criação de pensamento crítico e autonomias.
O 8 de março é uma data simbólica, porém, importante para relembrar o papel e não só da luta das mulheres, mas principalmente da luta pelas mulheres, para o exercício de seus direitos e a garantia da plena liberdade. Por isso, é fundamental que as bandeiras de extrapolem esse dia, é preciso ainda, que cada ação em busca da igualdade de gênero, sirva de instrumento para levar posicionamentos críticos cotidianamente em cada espaço que ocuparmos.
A Comissão de gênero do CRESS-BA realizará uma atividade de formação e debate no dia 30 de abril e até lá outras atividades acontecerão como forma de visibilizar a questão.
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