4ª Marcha Internacional Contra o Genocídio do Povo Negro: Assistentes Sociais na rua contra o racismo institucional

A campanha Reaja ou será Morto, Reaja ou será Morta convoca para a 4ª Marcha Internacional Contra o Genocídio do Povo Negro que acontecerá no dia 29 de agosto, às 15h em Salvador-BA.

 

O Estado brasileiro segue impondo ao povo negro toda forma de violação, através da negação do direito à educação, trabalho, saúde, vivência plena de suas heranças culturais e religiosidades. Esta sociedade racista, construída e consolidada na negação da dignidade e cidadania do povo negro, o demoniza, desumaniza e torna natural o seu genocídio, que é uma das heranças mais cruéis da experiência escravocrata.

 

 A compreensão do genocídio no sentido amplo, incorpora a dimensão de que o próprio Estado legitima e perpetra esta violência e esta constatação acirra ainda mais a gravidade dos dados que indicam que as políticas de Segurança Pública, são ideologicamente pensadas e projetadas com este objetivo. Esta é a gramática hegemônica que culmina diretamente na ação das Polícias que são orientadas e premiadas por esta prática genocida.

 

A  Flacso - Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, divulgou no dia 25/08/2016,   o MAPA DA VIOLÊNCIA 2016: Homicídios por Armas de Fogo no Brasil. O estudo revela dados perversos e preocupantes como o crescimento da violência contra pessoas negras. Entre 2003 e 2014, as taxas de homicídios por armas de fogos de brancos caem 27,1% – de 14,5 em 2003, para 10,6 em 2014 – enquanto a taxa de homicídios de negros aumenta 9,9% – de 24,9 para 27,4%. Com esse diferencial, a vitimização negra do país, que em 2003 era de 71,7%, em poucos anos mais que duplica: em 2014, já é de 158,9%, ou seja, morrem 2,6 vezes mais negros que brancos vitimados por arma de fogo.

Veja o mapa completo

 

Os dados são alarmantes, mas ainda assim não mobilizam para uma alteração real na política de segurança pública que aponta cada vez mais para a militarização da vida civil, a criminalização da pobreza e o encarceramento massivo da juventude negra e periférica.

 

O CRESS-BA acredita na organização social e política popular para a alteração desse quadro e convoca a categoria para a 4ª Marcha Internacional Contra o Genocídio do Povo Negro.

 

A luta contra o racismo deve ser parte fundamental da atuação política de cada Assistente Social e não deve estar dissociada de sua prática profissional, pois cada uma de nós, em todos os espaços que ocupamos, somos responsáveis pelo processo de transformação social e defesa intransigente dos direitos humanos.

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