Segunda oficina do Projeto ABEPSS Itinerante acontece durante este fim de semana na Bahia


Em entrevista, participantes reafirmam a importância do debate

 

O CRESS-BA sedia neste fim de semana, 05 e 06, a segunda oficina do Projeto ABEPSS Itinerante. O evento reúne profissionais, estudantes  representantes das Unidades de Formação Acadêmica (UFAs) da Bahia em discussão sobre o tema “Estágio Supervisionado em Serviço Social: desfazendo os nós e construindo alternativas”.

Saiba mais sobre a I Oficina do Projeto

Em entrevista, Magali da Silva Almeida (Prof e Coordenadora de Estágio – UFBA), Laís Gonçalves (Estudante 9º semestre do curso de Serviço Social – UFBA, ex-coordenação nacional ENESSO) e Conceição Eliane (Profª Faculdade Nobre – Feira de Santana),  contam um pouco das atividades deste primeiro dia de Oficina e reafirmam a importância da discussão proposta e da articulação destes segmentos na discussão/formulação sobre Estágio Supervisionado. Confira abaixo:

CRESS-BA: Qual a importância da participação das UFAS/ estudantes nas atividades do Projeto ABEPSS Itinerante?

 

Magali da Silva Almeida: A participação das UFAs nas atividades do Projeto ABEPSS Itinerante expressa o compromisso com o projeto de formação profissional do Assistente Social comprometido com a garantia de direitos, contra a privatização da Educação e a garantia do Trabalho. É um momento importante de troca de experiências entre supervisores de campo, supervisores acadêmicos e estudante, sobre a condução do estágio curricular obrigatório e não obrigatório nas UFAs. Resulta na construção coletiva de reflexões e estratégias de enfrentamentos dos desmontes provocados pela ordem do Capital, no cenário universitário e no mercado de trabalho da região.

Laís Gonçalves: A proposta do ABEPSS Itinerante veio num momento extremamente importante para suscitar a discussão sobre estágio. Pensar  estágio supervisionado supõe os três sujeitos envolvidos no processo de supervisão, ou seja, supervisores/as acadêmicos e de campo e a/o estagiário/a. Nosso papel, portanto, nesse espaço é de sucitar o debate do lugar em que ocupamos enquanto estudante, estudante esse trabalhador/a que se insere no ensino superior dentro dessa lógica de aligeiramento da formação contrária ao que o Projeto Ético Político (PEP) propõe. Portanto, ao trazer essa realidade acirramos o debate para uma compreensão mais ampla da supervisão de estágio nas responsabilidades individualizadas, seja da UFA, da instituição de realização do estágio ou do/a estudante. Pelo contrário, compreender a supervisão de estágio implica articular a precarização das políticas sociais; o sucateamento do ensino superior, as condições de trabalho dos/as docentes e dos/as assistentes sociais em campo; a necessidade dos/as estudantes se manterem na faculdade/universidade que implica fragilidade ou ausência de assistência estudantil nas UFAs. Logo a nossa participação contribui para uma compreensão mais ampla dos elementos envolvidos na supervisão de estágio.

Conceição Eliane: Discutir as potencialidades e dificuldades encontradas na formação acadêmica, bem como, repensar estratégias que possam fortalecer a profissão através de uma formação de qualidade.

CRESS-BA: Como você encara o debate de Estágio Supervisionado que está sendo discutido pelo Projeto ABEPSS Itinerante?

 

 

 

Magali da Silva Almeida: Fundamental para o avanço de desafios históricos postos à formação profissional do Assistente Social. O ensino da práxis no horizonte da sociabilidade burguesa traz à baila as contradições do mundo do Trabalho e da cultura, no qual se deparam cotidianamente, os sujeitos envolvidos no processo de ensino-aprendizagem (supervisão). O debate proposto veio ao encontro dos interesses das UFAs  que tem como perspectiva a defesa do PEP do Serviço Social democrático, equânime e em prol dos direitos dos/as trabalhadores/as.

 

Laís Gonçalves: Os debates que estão ocorrendo no Projeto ABEPSS Itinerante estão muito ricos por justamente trazer todos esses elementos citados na questão anterior. E pensá-los numa realidade da Bahia em que temos acho que 32 cursos possibilita uma riqueza maior ainda. A construção mercadológica do ABEPSS Itinerante possibilita retomar a reflexão do significado da profissão para a compreensão do direcionamento do projeto de formação profissional hegemônico na categoria e a partir daí a reflexão dos nós críticos, permitindo que os tensionamentos presentes no cotidiano da supervisão fossem feitos na perspectiva de defesa do PEP.

Conceição Eliane: Encaro como importante, pois considero ser um momento em que todas as UFAs podem expor suas experiências e ao mesmo tempo seus desafios e, também, uma forma de nos posicionar e nos aproximar mais da ABEPSS.

Comentários

Registrar um comentário