Conjuntura e Resistência! Roda de conversa debate o papel do serviço social no atual momento político

 

*Publicado em 12/11/2018

Na tarde da última quinta-feira (08/11) o CRESS-BA realizou uma roda de conversa com a temática “Conjuntura e Resistência”. A atividade que foi articulada a partir do eixo de ética e direitos humanos, contou com a presença da Profª Drª Márcia Tavares (UFBA) na mediação do debate ocorrido na sede do Conselho.

 

Com o auditório lotado de assistentes sociais, o debate retomou questões referentes à fase pré e pós eleitoral. Para Márcia, esse momento político, deu visibilidade à intolerância nas relações interpessoais. Os assassinatos de Marielle Franco (RJ) e do Mestre Moa do Catendê (BA) foram retomados como exemplo do tratamento dado aos “inimigos” que são aquelas/es que pensam diferente e se colocam em posição de enfrentamento ao conservadorismo político. Segundo a profª, vivemos em um momento de demonização da diversidade.

 

A chamada “crise na previdência” também foi um dos pontos abordados por Márcia Tavares, a partir da reflexão de que há uma culpabilização da população que está envelhecendo pela crise previdenciária, colocando essa população como excedente, sendo que, muitas vezes estas/es são exatamente as/os responsáveis pela subsistência familiar.

 

Durante o debate que sucedeu a explanação inicial, muitas foram as profissionais que apontaram para a necessidade de reflexão sobre o papel da categoria de assistentes sociais nesse contexto de disputa política-ideológica. As condições de trabalho, precarização das políticas públicas sociais, o conservadorismo e o desrespeito à laicidade do estado dentro do Serviço Social, especialmente por perspectivas do evangelismo, foram apontadas em diversas falas. “Não só como trabalhadora, mas como mulher e feminista, minha escolha é a resistência”, a fala da Profª Drª Márcia Tavares, encaminhou diversas das preocupações levantadas, visto que, para ela, é no cotidiano do exercício profissional que virá a defesa do projeto ético político profissional, o enfrentamento às diversas violências e a mudança da conjuntura política. É mais do que nunca, tempo de defender os pilares do Serviço Social e a luta por uma sociedade que pratique a justiça e a igualdade social.

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