Mesa redonda reafirma a importância do debate étnico racial e de gênero para o Serviço Social na Bahia

 

*Publicado em 29/03/2019

Aconteceu na última quinta-feira (21/03), na quadra da Universidade Católica do Salvador (UCSAL), a mesa redonda Formação Profissional e Formação profissional e produção de conhecimento em Serviço Social na Bahia: trajetórias e contribuições das pesquisadoras negras. A atividade foi uma realização da Comissão de Trabalho e Formação do CRESS-BA que tinha como objetivo compor o calendário de atividades do 8 de março (dia internacional de luta das mulheres) e do 21 de março (dia internacional de combate à discriminação racial). Sucesso de inscrições, o debate reuniu um grande e diverso público: foram 167 pessoas presentes, dentre estudantes, profissionais de Serviço Social, funcionários/as do CRESS, ex-conselheiras da entidade e representantes de importantes instituições de ensino superior em Serviço Social da Bahia.

 

A programação iniciou com uma mesa de abertura composta pelas professoras Ivone Pires (UCSAL), Elisângela Santos (CRESS-BA), Albany Mendonça (Comissão de Trabalho e Formação Profissional) e Josimara Delgado (Comissão de Trabalho e Formação Profissional e ABEPSS). Segundo a organização da atividade, com a realização da mesa redonda, a Comissão de Trabalho e Formação Profissional deu início às Ações de Educação Permanente. A proposta de educação permanente consiste na realização periódica de debates públicos, cursos e oficinas abertos à categoria e feitos de forma itinerante, devendo ocorrer nas diferentes unidades de formação. Trata-se de uma iniciativa que visa atender às diretrizes e objetivos da Política de Educação Permanente do Conjunto CFESS/CRESS, bem como às deliberações dos Encontros Nacionais do Conjunto nos últimos anos. Assim, durante todo o ano, a Comissão promoverá tais ações, visando contribuir com a qualificação e atualização da categoria em termos de debates importantes para o Serviço Social.

 

As palestrantes Caroline Ramos, Aline Nascimento e Deise Fatuma são assistentes sociais com atuação reconhecida na Bahia e possuem trajetórias comuns no que diz respeito à etnia/raça, gênero, classe e formação. Suas trajetórias, enquanto intelectuais e trabalhadoras foram abordadas na mesa. Através da presença forte e potente das referidas mulheres, o perfil predominante de sujeitos que compõem a categoria de serviço social foi destacado. As histórias das palestrantes refletem os desafios que grande parte das assistentes sociais baianas encontram em sua formação e exercício profissional.

 

Com isso, o momento também foi um espaço para dar visibilidade à produção de intelectuais negras baianas, bem como da relevância de suas produções e estudos enquanto referência para o Serviço Social brasileiro. Questões como a identidade das trabalhadoras da educação nas faculdades, o silenciamento das questões étnico-raciais no serviço social e as influências da raça, classe e gênero na assistência social demonstraram a importância da produção, reflexão e formação em serviço social com marcadores como gênero/raça/classe para que as/os assistentes sociais e a sociedade civil avancem no reconhecimento e superação das estruturas de opressão.

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