Moção de Repúdio UFRB

 

*Publicado em  07/09/2019

 

As/os Assistentes Sociais presentes no 48° Encontro Nacional do Conjunto CFESS/CRESS, reunidos em Belém-PA, no período de 05 a 08 de setembro de 2019, vêm a público manisfestar total repúdio às ações de ingerência/intervenção impetrados pelo Ministério da Educação, ao insistir na nomeação de nomes menos votados nas consultas às comunidades acadêmicas das universidades e institutos federais, até agosto desse ano. Tais atitudes corroboram e reafirmam, de maneira escancarada, a direção ideo-política escolhida pelos atuais mandatários do país, que é de absoluto desprezo pelos processos democráticos e autonomia universitária, garantidos na Constituição Federal de 1988. Nesse sentido, reiteramos a moção de repúdio aprovada durante o Segundo Seminário Nacional, Serviço Social e Direitos Humanos, ocorrido em 08 e 09 de agosto, em Salvador-BA, que trata da não nomeação da Assistente Social Georgina Gonçalves dos Santos (Gina), mulher negra e lésbica, que obteve 80% dos votos na consulta, ficando em primeiro lugar na lista tríplice. A não nomeação da professora Georgina também revela a face machista, racista, misógino e homofóbico, autoritário e ultra conservador do desgoverno de Jair Bolsonaro, que destilando seu ódio, prefere desrespeitar a vontade da comunidade, nomeando o terceiro colocado, homem branco, hétero e cis, numa universidade que tem a característica peculiar e maioria eminentemente negra, que prima pelo respeito às diferenças, marcando as relações e dando maior visibilidade à população do recôncavo baiano, território de extrema importância histórica e cultural para o estado da Bahia e para o país, nas suas lutas populares e independência, de fato e de direito. Assim, além de referendar a moção aprovada durante o Seminário Nacional de Serviço Social e Direitos Humanos, expressamos nossa solidariedade à professora Georgina (Gina), reconhecendo sua trajetória e compromisso com a construção da Universidade pública e de qualidade. Por fim, conclamamos ao conjunto da categoria de Assistentes Sociais ao entendimento e necessidade de demarcar campo na resistência e luta contra qualquer forma de desmonte e destruição de políticas públicas e direitos sociais, para além das retóricas, mas na promoção de práticas e pensamentos que consolidem o histórico de resistência da profissão.

 

Belém, 07 de Setembro de 2019. Ao MEC e comunidades acadêmicas das Universidades e Institutos Federais brasileiros

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